"Todos os devaneios que me vão na cabeça, que me foram da cabeça e que me hão-de vir até à cabeça. Todas as mentiras e verdades que me foram impostas, todas as torturas que eu vi. Todos os momentos; um principio de vida, o meu desnascer."
O nosso Pinto de Sousa, assim carinhosamente chamado pelo bonacheirão da Madeira, estava num avião para ir ter com o amigo Chavez e fumou. A mim não me interessa minimamente se fumou 1 cigarrito, um maço ou se pediu ao vizinho para mandar umas passas. Sócrates fumou e pronto.
Não vamos discutir aqui, se Sócrates conhecia a lei, já que foi o seu Governo, e ele próprio, numa reunião de ministros, que a aprovou. Ainda que não a conhecesse, isso não era desculpa, visto que o desconhecimento da lei não é desculpa para o seu não cumprimento (pelo menos é o que eles dizem).
O que mexe comigo no meio de tudo isto é ter sido o próprio Pinto de Sousa a violar a lei. Qual será a moralidade que o primeiro-ministro, tem de hoje em diante, para incentivar o portuga a cumprir a lei do Tabaco?
É esta falta de carácter (misturada com uma dualidade de critérios) que faz com que eu não possa nem sequer olhar para o Pintinho de Sousa. Em certos momentos, o gajo é o expoente máximo da defesa do cumprimento das leis. Quando lhe convém, fura as leis e vem para os jornais dizer baboseiras, tipo vou deixar de fumar e não sabia que não se podia fumar.
Qualquer dia temos os bêbados a dizer no tribunal que não sabiam que era proibido conduzir com excesso de álcool, prometendo deixar de beber. Ridículo.
É evidente que é um absurdo o facto de eu não ter a liberdade de, se me apetecer, viajar de avião, debaixo de uma atmosfera irrespirável de fumo, só porque um maluco qualquer, se lembrou que se ele não gosta, então mais ninguém pode fazê-lo!
Resumindo esta porcaria: Que o Engenheiro (acho eu) Sócrates, tenha a coragem de dar a todos os portugueses a liberdade que a ele próprio se deu e se mudem as leis: Se houver fumadores que pretendam viajar em aviões ou fumarem em restaurantes o façam em nome da ignorância.