Protesto não contra todos, mas por todos, mostrando a dignidade do direito ao protesto de quem não se conforma com decisões economicistas tomadas num gabinete lisboeta.
Muito se tem falado de um compromisso cívico alargado de combate à exclusão social. Pois bem, o encerramento da maternidade de Mirandela aumenta a exclusão social e as assimetrias. Em primeiro lugar porque as mães de Trás-os-Montes têm direito a chegar aos cuidados de saúde a tempo de beneficiar de Epidural, têm direito a ser assistidas durante a gravidez no local e pelas equipas que as acolherão no momento do parto.
A deslocalização da maternidade é uma medida orientada estritamente pela poupança, que penaliza os mais pobres, com mais dificuldades de se deslocar a Bragança ou Vila Real, que fará surgir clínicas com «bloco de partos» que permitam aos mais beneficiados a opção nascer em Mirandela, que levará à implantação de clínicos privados em Mirandela que prestem serviço nas maternidades em Bragança ou Vila Real, para que quem possa pague para ser assistido durante a gravidez pelo rosto de quem encontrará no momento do parto.
Onde estavam os outros deputados que a população de Trás-os-Montes ajudou a eleger?
A Câmara de Mirandela fez-se representar (peço desculpa se mais algum ilustre por ali andava e não foi visto por mim, não está excluído, apenas refiro quem vi) pelo seu Presidente.
A marcha terminou, mas o movimento cívico não foi encerrado, continua a correr uma recolha de assinaturas por esta causa.
Ainda há poucos dias ouvia o Primeiro-Ministro apostar no aumento da taxa de natalidade, pretendendo penalizar os jovens que não contribuam para a renovação demográfica... haja coerência, senhores governantes, encerrar maternidades não é de grande ajuda!